ATA DA DÉCIMA QUINTA REUNIÃO ORDINÁRIA DA QUARTA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 17.07.1996
Aos dezessete
dias do mês de julho do ano de mil novecentos e noventa e seis reuniu-se, na
Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre.
Às nove horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a segunda chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clovis Ilgenfritz,
Dilamar Machado, Edi Morelli, Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn, João Dib, João
Verle, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Mário Fraga, Titulares e
Jocelin Azambuja, Não- Titular. Constada a existência de “quorum”, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas
em avulsos cópias da Ata Declaratória da Décima Quarta Reunião Ordinária que,
juntamente com as Atas da Décima Primeira, Décima Segunda e com a Ata
Declaratória da Décima Terceira Reunião Ordinária, foram aprovadas. À MESA
foram encaminhados: pelo João Dib, 03 Pedidos de Providências; pelo Ver. Isaac
Ainhorn, 01 Pedido de Providências. Do EXPEDIENTE constataram: Ofícios: 297,
303, 304, 305, 306, 307/96, do Senhor Prefeito Municipal, 02/96, do Presidente
da Comissão Especial constituída com a finalidade de examinar o Projeto de
Emenda à Lei Orgânica n0 01/96 (Processo n0
603/96); 130/96, do Secretário Municipal da Fazenda, s/n0, do
Senhor Ajax Andrade, do Gabinete da Secretária de Agricultura e Abastecimento
do Estado, da Diretoria de Patrimônio e Finanças do Estado, do Senhor Cristiano
Roberto Tatsch, Presidente da Companhia Riograndense de Telecomunicações, Ver.
Lindomar Pereira, Presidente da Associação das Câmaras do Litoral; Telegramas:
do Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho, Chefe da Casa Civil do Estado, do
Professor Elisário Cattoni, do Senhor Adalberto Lenhard, Diretor Administrativo
da Federação das Indústrias do Estado, do Deputado Federal Augusto Nardes, do
Deputado Estadual Eliseu Padilha, da Senhora Marily Morshak, Presidente da Cruz
Vermelha Brasileira, do Senhor Germano Bonow, Secretário de Estado da Saúde e
do Meio Ambiente, do Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho, Chefe da Casa Civil
do Estado, do Senhor Berfran Rosado,
Secretário do Trabalho, Cidadania e Assistência Social; Cartões: do Senador
José Sarney, Presidente do Senado da República, da Juíza Helena Cunha Vieira,
Diretora do Foro do Estado, do Senhor Edison Zart, Secretário de Estado do
Turismo Interino; Relatório: da Comissão Especial constituída com finalidade de
analisar o processo de ampliação da Empresa Riocel Sociedade Anônima. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. João Dib reportou-se ao problema da instalação de
um crematório em nossa Cidade, falando também sobre o problema habitacional dos
moradores do Jardim Leopoldina. O Ver. Luiz Negrinho teceu consideração sobre os problemas de segurança no bairro
Cristal. O Ver. Edi Morelli reportou-se ao drama do atropelamento de uma menina
na Estrada João Antônio da Silveira, na Restinga, falando sobre a atuação da
Brigada Militar nesse acontecimento. O Ver. Artur Zanella, reportando-se ao
pronunciamento do Ver. Edi Morelli, falou sobre a situação da saúde dos
moradores da Restinga. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi
iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, após ser encaminhado pelos Vereadores Dilamar
Machado, João Dib, foi aprovado o Requerimento n0 131/96
(Processo n0 1864/96) do Ver. Giovani Gregol, solicitando
Moção de Solidariedade ao Pesquisador e Ambientalista Aisur Ignacio Agudo
Padron em reconhecimento a sua condição de refugiado político da Venezuela em
território nacional. Às dez horas e trinta e um minutos os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às dez horas e trinta e dois
minutos. A seguir, foi aprovado Requerimento do Ver. Airto Ferronato e
subscrito por outros Vereadores solicitando seja realizada no dia nove de
agosto do corrente ano, no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul uma Sessão Solene em Homenagem aos cem anos da Escola de Engenharia
daquela Universidade. Na ocasião, o Ver. Isaac Ainhorn convidou o Ver. Edi
Morelli a assumir a presidência dos trabalhos, uma vez que Sua Excelência teria
de se ausentar para participar de uma Sessão Solene da Assembléia Legislativa
do Estado. Em COMUNICAÇÕES, o Ver. Luiz Braz, reportando-se a matéria do
historiador Voltaire Schiling veiculada no jornal Zero Hora, comentou a
desmoralização dos nazistas pela supremacia dos atletas negros nas modalidades
desportivas. O Ver. João Dib estabeleceu contraponto entre os gastos
publicitários do Executivo Municipal e diversas carências apresentadas por
nossa Cidade. O Ver. Guilherme Barbosa teceu considerações sobre os
investimentos da atual Administração Municipal nas áreas de saúde e saneamento.
O Ver. Edi Morelli referiu-se à centralização de verbas do Orçamento pelo
Prefeito Municipal, discorrendo sobre a invasão de uma área na esquina da Rua
Anísia Floresta com a Avenida Macedônia. O Ver. Dilamar Machado teceu
considerações sobre a legislação referente
à campanha eleitoral envolvendo Sua Excelência. Às onze horas e vinte e
oito minutos, constatada a inexistência de “quorum”, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos
pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Edi Morelli e Luiz Braz e secretariados pelos
Vereadores, Luiz Negrinho e Edi Morelli, este como Secretário “ad hoc”. Do que
eu, Luiz Negrinho, 30 Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada
pelos Senhores 10
Secretário e Presidente.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, ontem à noite, eu tive uma informação que me deixou muito
aborrecido e chocado ao mesmo tempo. Houve um massacre na Região da Grande
Cruzeiro, em que duas mil pessoas, ou mais, foram terrivelmente assassinadas!
Assassinadas pelo Governo do Estado. Ao participar de uma reunião, tive a
informação de que, a partir daquela data, a praça de esportes, conhecida como
Campo da FEBEM, dentro da Vila Cruzeiro, deixaria de existir.
Quem conhece aquela região sabe que aquele é o único campo de futebol
existente; é a única praça de esportes em toda a Vila Grande Cruzeiro. Ontem,
por uma decisão tomada pelo Governo do Estado, por intermédio da FEBEM, aquela
praça deixaria de existir.
Deixo este recado, este repúdio. Não vou, sequer, cobrar os recursos
que investi para construir um vestiário, que serve, hoje, de alojamento para os
PMs que, lá, fazem a segurança.
A Liga do Bairro Cristal, a Liga da Grande Cruzeiro pretendem fazer um
movimento quando começarem a chegar os primeiros caminhões levando material
para a construção de uma nova sede para o ICM.
Quero antecipar daqui que os moradores da Av. Jacuí, os moradores da
Rua Capivari acham muito perigoso o fato de ser construída, naquele local, uma
casa de detenção para aqueles adolescentes considerados perigosos. A área da
FEBEM é muito grande, é imensa, e não se sabe até hoje porque foi escolhida
logo aquela praça de esporte. É o único divertimento que as pessoas têm no
final de semana, que a Liga do Cristal tem condições de organizar, os
campeonatos de criança e de adultos. E ontem nós ficamos muito sentidos com a
decisão de governo, e aqui várias vezes denunciei e não foi considerado pelo
Governo do Estado. Deixo aqui o registro. Infelizmente, nada mais pode ser
feito, a única diversão que se tinha naquela região, hoje, está destruída, não
se tem mais o campo da FEBEM. Um campo histórico, lembro que quando criança lá
jogava meu futebolzinho.
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn): A
palavra com Ver. Edi Morelli, para uma Comunicação de Liderança, pelo Partido
Trabalhista Brasileiro.
O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à
Informamos a V. Exas. que estamos aguardando um Requerimento que,
inicialmente, foi firmado pelo Ver. Airto Ferronato, mas, por uma questão de
quota, a Mesa Diretora já assumiu a responsabilidade dessa Sessão Solene, pelo
que representa para a Cidade de Porto Alegre, que é a comemoração dos Cem Anos
da Escola de Engenharia. Temos de ter a necessária autorização, para que, por
solicitação da Escola de Engenharia e da Reitoria da Universidade Federal, V.
Exas., no uso de suas prerrogativas, autorizem a que a Sessão Solene seja
realizada no prédio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mais
precisamente no Salão de Atos, até porque temos que expedir os convites e a
própria Universidade pretende fazer constar nos seus programas. Solicitamos o
respaldo de V. Exas. no Requerimento, para que pudéssemos votar o Requerimento
de realização de Sessão, no dia 09 de agosto, numa sexta-feira, por solicitação
da Reitoria.
Na realidade, deve haver autorização para que se realize, Sessão da
Câmara de Vereadores, fora do prédio da Câmara. Nós entendemos como deferido e
precisamos da assinatura de V. Exas.
O SR. PRESIDENTE: Gostaríamos de que o Ver.
Airto Ferronato, de forma mais ágil, trouxesse o Requerimento à Mesa.
Antes, vamos colocar em votação o Requerimento n0
131/96, de autoria do Ver. Giovani Gregol, solicitando Moção de Solidariedade
ao Pesquisador e Ambientalista Aisur Ignacio Agudo Padron, em reconhecimento a
sua condição de refugiado político da Venezuela em território nacional. (Lê a
Justificativa.)
“O professor Ignacio Agudo Padron é um dos pesquisadores
latino-americanos de mamíferos marinhos de maior renome internacional; tendo se
insurgido contra a matança indiscriminada de golfinhos em seu País, a
Venezuela, e realizado diversas denúncias públicas a respeito, passou a ser
violenta e arbitrariamente perseguido, e a sua família, por agentes do governo
venezuelano, obrigando-o a viver na clandestinidade durante dois anos e,
recentemente, a fugir para o Brasil com o apoio de entidades brasileiras de
direitos humanos e defesa do meio ambiente.
Recentemente, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados
reconheceu oficialmente a condição de REFUGIADO POLÍTICO do Professor Agudo;
entretanto, o Governo brasileiro vem protelando, inexplicavelmente, o
reconhecimento oficial desta decisão que permitiria enfim ao Professor obter
sua permanência e de sua família em território nacional.
Solicitamos, pois, aos Pares desta Casa a adesão à presente Moção,
visando fazer saber ao Senhor Ministro da Justiça da preocupação desta Casa no
sentido de uma urgente e favorável decisão para garantir a permanência no
Brasil desse eminente cientista.”
Nós fizemos questão de fazer a leitura deste documento para que V.
Exas., na sua plenitude, possam avaliar o voto que passarão a conferir a partir
deste momento, posto que, em situações como esta, muitas vezes as pessoas ficam
sem referência para votar assuntos deste jaez. Portanto, nós vamos colocar em
votação o Requerimento firmado pelo Ver. Giovani Gregol.
O SR. EDI MORELLI
(Esclarecimento): Eu gostaria de um esclarecimento. Tem alguma coisa a ver com o Brasil
ou é uma Moção de Apoio contra a atitude tomada lá, na Venezuela?
O SR. PRESIDENTE: Nós diríamos a V. Exa.,
interpretando o Requerimento firmado pelo Ver. Giovani Gregol, que tem um
sentido de solidariedade ao Prof. Aisur Padron, com o objetivo de sensibilizar
o governo brasileiro no sentido de conceder a condição de asilado político a
esse cidadão. É o que nós depreendemos da leitura da Moção. É um apelo
dirigido, se aprovado, pela municipalidade porto-alegrense, com o objetivo de
sensibilizar S. Exa. o Sr. Ministro da Justiça, Prof. Nelson Jobim.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Giovani Gregol. (Pausa.)
Está com a palavra o Ver. Dilamar Machado, para encaminhar, em nome dos
trabalhistas do PDT.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Interessante, e é uma novidade na Casa, o Requerimento do Ver.
Giovani Gregol que, lamentavelmente, está ausente, poderia até abrilhantar esta
tribuna com a sua decisão, e não vejo por que a Câmara não vá prestar
solidariedade.
Independente do fato de se tratar de uma autoridade ambientalista que
nos dias atuais desempenha um papel que poucas pessoas têm a coragem de
desempenhar no nosso planeta, que é o da preservação de espécimes – a televisão
nos mostra, às vezes, a sanha criminosa de pessoas que buscam sobreviver às
custas de animais, na matança indiscriminada de algumas espécimes, como o caso
dos golfinhos, a que muitos de nós já assistimos, nos horários vespertinos de
televisão e, às vezes, até na madrugada, naqueles documentários, especialmente
após o advento da televisão a cabo, a matança indiscriminada de vários
espécimes – o Sr. Aisur Ignacio Padron chegou ao nosso País trazido por
entidades ambientalistas que lhe deram cobertura, é hoje um exilado da sua
nação em nosso País por sofrer perseguições do governo de seu país. Não vejo
por quê, Ver. Clovis Ilgenfritz, negarmos a solidariedade para que o País
reconheça, nessa autoridade ambientalista, a sua condição de exilado político
para que possa até se somar aos ambientalistas brasileiros na defesa do nosso
meio ambiente e de tantos problemas que ainda existem em nosso País com relação
à falta de preservação da nossa fauna.
Gostaria de pedir à Bancada do Ver. Giovani Gregol que se possível antes
de terminar a administração do Sr. Tarso Genro, já que na administração do Sr.
Olívio Dutra eu não consegui, que o Partido dos Trabalhadores, que é tão cioso
em reconhecer o direito dos perseguidos políticos, passe a dar uma resposta,
mesmo que negativa, mas definitiva, ao reconhecimento deste Vereador que está
na tribuna, de perseguido político, de ter perdido o seu mandato, eleito
legitimamente pelo povo de Porto Alegre, cassado pela ditadura militar, baseado
em lei aprovada por esta Casa – a Lei Orgânica – pois até esta data a
Administração do Partido dos Trabalhadores não me deu o reconhecimento dessa
situação, me devendo a maior parte da indenização que me é devida pelos dez
anos em que estive afastado da Prefeitura, mesmo sem ato formal, pela simples
condição de ter sido cassado pelo Ato Institucional n0 5.
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais
encaminhamentos, colocaremos em votação o Requerimento firmado pelo Ver.
Giovani Gregol.
Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados
(Pausa.) APROVADO.
A Mesa solicita agilidade da Diretoria Legislativa no sentido de que entregue a este Presidente o Requerimento da Sessão Solene em homenagem à Escola de Engenharia, a realizar-se em 9 de agosto, com mudança de local para a realização, por ocasião dos 100 anos da Escola de Engenharia, embrião maior da Universidade Federal e, também, do quase centenário Ginásio Júlio de Castilhos.
A Mesa suspenderá os trabalhos por um minuto, para aguardarmos o
Requerimento chegar à Mesa.
(Suspendem-se os trabalhos às 10h31min.)
O SR. PRESIDENTE (às 10h32min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos à leitura do Requerimento. (Lê.)
“Nos termos regimentais, ouvido o Plenário desta Casa Legislativa,
solicitamos a realização de Sessão Solene em homenagem à Escola de Engenharia
da Universidade Federal, pela passagem de seu centenário, a realizar-se no dia
09 de agosto do corrente ano, às 16 horas, no Salão de Atos da UFRGS, nos
termos do art. 70, § 10, do Regimento.
(a)
Mesa
Diretora”
Em votação o Requerimento.
(Pausa.). Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados (Pausa.) APROVADO.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o Ver. Luiz Braz traz à tona um assunto muito importante: a falta
das estações de tratamento, para cuja implantação esta Casa votou uma
legislação muito clara. Há quatro anos, os recursos para as estações de
tratamento deveriam estar sendo aplicados. O dinheiro não é pouco; é muito
dinheiro! É 80% de tudo que se gasta em água nas áreas onde antes não se pagava
esgoto cloacal, mas onde passou-se a pagar esgoto pluvial.
O Ver. Luiz Braz levanta, com muita autoridade, outro assunto muito
pertinente: os gastos publicitários – nem sempre corretos, nem sempre
verdadeiros – da administração da Prefeitura. Por isso, nós colocamos na Emenda
à Lei de Diretrizes Orçamentárias, dizendo que os gastos publicitários serão de
0,5% do Orçamento, não mais do que isso. Este ano representam 0,7% do
Orçamento, mas a administração da Prefeitura gastou o 0,7 e mais, não em um ano
como deveria ter feito, mas em 6 meses, usando mal o dinheiro do povo,
negando-se, por exemplo, a pagar o 130 salário para os
servidores municipais no mês de julho. Não paga em julho o 130
salário por quê? Porque tem que gastar em publicidade, durante seis meses, os
doze duodécimos e, nos últimos três meses do primeiro semestre, a fúria
publicitária prefeitural foi algo extraordinário.
E depois, a Prefeitura de Porto Alegre parece ter inventado a roda, lá
no Hospital de Pronto Socorro – também levantado pelo Ver. Luiz Braz – parece
que não existia o Pronto Socorro, parece que antes não tinha o 40
andar, foi feito na administração da Prefeitura atual. Parece que a UTI não foi
ampliada no meu Governo, por exemplo; foi tudo feito agora, antes não tinha nada,
mas antes tinha uma tradição de um atendimento exemplar e realmente agora ouço
com tristeza mesmo algumas inversões de hierarquia: é que a administração da
Prefeitura sempre tem dois pesos e duas medidas. Extremamente rigorosa com
alguns e complacente, displicente e, mais do que isso, irresponsável com o
crescimento da Cidade, quando se trata de outros que são amigos do “rei”, é
claro.
Basta que se veja a Av. Ipiranga, todos os prédios são recuados para um
crescimento futuro da Av. Ipiranga que está presente na retina de todos nós que
é necessário. Mas a Prefeitura de Porto Alegre, do Dr. Tarso, do Dr. Olívio – o
Dr. Olívio que assistiu ao meu enterro lá na Vila Planetário, com caixão e
tudo, foi lá beber cachaça; foi beber cachaça lá no meu caixão! O Dr. Olívio
foi, agora o Dr. Tarso faz aqui ... Ele embebedou até o morto! Faz aqui na Av.
Ipiranga, no alinhamento, ocupando até parte da calçada, prédios do Projeto
Renascença, mas Renascença do quê? Renascença é um projeto do Guilherme Sociais
Villela que fez renascer aquela área, transformou a Ilhota em alguma coisa que
deve orgulhar todos os porto-alegrenses; avenidas, o Ginásio Tesourinha, lá
está o Centro de Cultura, lá está o Hospital da AFM, aí estão as obras.
E agora, a Administração da Prefeitura não faz o Plano Diretor
funcionar, mas anuncia que no 10 semestre do ano que vem vão
chegar os recursos para a III Perimetral. E agora o Prefeito Tarso Fernando
Genro diz que é a obra mais importante a ser realizada na Cidade. Mas, não na
Administração dele. E há quatro anos quando ele assumiu, fui lá dizer que a
mais importante é essa. Mas nada foi feito. Tentaram, com aquele Nazareno, que
não era Jesus Cristo, fazer dois binários, um na Dom Pedro II com a Carlos Von
Kozeritz – e ontem ainda passava lá, e o Dr. Nazareno disse numa comissão que
em matéria de trânsito era um curioso – e o outro binário da Eudoro Berlink com
a 24 de Outubro, na 24 de Outubro, onde se permitiu uma vigarice na esquina da
Nova York com a 24 de Outubro, onde o passeio foi ocupado com autorização
prefeitural - com reclamação diária deste Vereador aqui neste Plenário para o
Prefeito, Secretário de Obras, para o Embaixador, para todos – foi ocupado o
passeio com lojas. As lojas cresceram para o passeio depois que foi dado o
“habite-se”, que foi dado no dia 10 de fevereiro de 1993 e autorizadas as obras
em 8 de setembro de 1993, quando em julho este Vereador reclamava.
Então, esta Administração que está aí é muito boa, na publicidade. É
tão boa que compra o Jardim Leopoldina pelo dobro do preço e dá a impressão de
que fez um bom serviço para os que haviam invadido. Ela não tinha nem que se
meter neste serviço.
Nos Anais da Comissão que trata do problema assinatura do Prefeito de
então, Alceu Collares, da Dra. Lires Marques que não representava o DEMHAB e
sim uma associação de moradores, consta que não dava para fazer aquela compra.
E só vejo que eles reclamam que tem o PROER que dá o dinheiro para os bancos.
Mas o banco recebe o dinheiro, não é o banqueiro, o banqueiro talvez termine indo
para a cadeia, não sei, mas tem lei para isso, façam valer a lei. Mas ele dá
para o banco para que devolva para os correntistas, para aqueles que têm
poupança, para aqueles que têm necessidade. Mas aqui não, aqui sentou a
Prefeitura, a Guerino e dividiram o dinheiro, que era 0,6 o valor do m2,
e eles, generosamente, pagaram 1,2 CUBs o m2; mas a população, que
lá está não pode pagar, nem ampliando para 300 meses. Uma prestação, que era de
trezentos e poucos reais, já está em quinhentos e cinqüenta e pouco.
O SR. PRESIDENTE (Luiz
Braz): O
Ver. Edi Morelli está com a palavra em Comunicações.
O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, os discursos, às vezes, são fáceis. A Liderança do PT habilmente
retirou o Projeto de tramitação porque o Projeto seria derrotado. A tentativa
de tomar o dinheiro do DMAE para centralizar o dinheiro na Prefeitura é para
eles terem mais dinheiro, porque estão em campanha, já não basta o que mentem
na mídia, com o dinheiro do povo.
A respeito das reclamações que colocou o Ver. Guilherme Barbosa sobre
os postos de saúde, eu perguntaria quantos postos de saúde são do Governo
Estadual e quantos do Governo Municipal? A diferença é grande, mas, quando se
fala em saúde, e que o SUS paga 2 reais e quatro centavos por consulta para um
médico, quer dizer que não podemos ter alguma coisa que atenda, realmente, à
demanda da população.
Quando acabou o INAMPS, o Posto dos Comerciários, aí o Governo Municipal
fez um alarde violento na imprensa, e lá estava o Pronto Socorro Zona Sul, mas
pronto socorro não; tem um atendimento ótimo, maravilhoso, inclusive o meu
filho já foi atendido lá por duas vezes. Aí vem, Ver. Luiz Braz, aquela
história das mentiras que se diz na mídia: “Pronto Socorro Zona Sul”. Não vejo
por que Pronto Socorro na Zona Sul, naquela região não há pronto socorro de
espécie alguma.
A Via do Trabalhador foi o motivo da minha intervenção em Comunicação
de Liderança, sobre um acidente, onde morreu aquela menina de sete anos, no
sábado.
Agora, mais uma vez, das dezenas de vezes que ocupei esta tribuna para
fazer esta colocação: quando os Governos Municipal e Estadual terão vergonha na
cara para assumirem a responsabilidade da manutenção da Via do Trabalhador? É
falta de vontade política? É falta de capacidade, ou é falta de vergonha? Fica
a pergunta, para que os Governos de Antônio Britto e Tarso Genro respondam. Na
Via do Trabalhador, de poucos em poucos metros há uma plaquinha que diz:
“Velocidade máxima de trinta quilômetros”. Na cabeça de quem pode entrar uma
coisa dessas, colocar numa avenida, com linhas de ônibus essa velocidade? Como
é que um ônibus vai andar a 30 Km por hora? E aí, reclamam que não falam, que é
excesso de velocidade. Na hora do pique eles andam a 10Km por hora.
O Ver. João Dib fala muito, aqui, nos “amigos do rei.” E eu vou voltar
a falar de novo, nada contra os dois cidadãos que invadiram a área na esquina
da Anísia Floresta com a Avenida Macedônia, uma esquina nobre, e que puxaram
água de um terreno da Prefeitura, que arrancaram a fossa e colocaram no terreno
que invadiram e a Prefeitura está fazendo que não vê. Então, eles dizem para
mim: “não, mas já entraram com um pedido de reintegração de posse na Justiça”.
Não sei quando! Porque isso eles vêm me dizendo há mais de um mês e, na semana
passada, eles me disseram: “não, eles entraram nesta semana com uma
reintegração de posse”. Quer dizer, é uma enrolação! Agora, quando eles querem,
tiram em 24 horas. Mas eu já coloquei aqui e vou colocar mais uma vez, eu vou
liderar uma invasão na Restinga. E a primeira coisa que vamos fazer é cercar a
área, porque a Engenharia do DEMHAB disse que não podiam retirar, porque estava
cercada a área. O cidadão colocou dois fios de arame, então não pode tirar, só
através da Justiça. Nós estamos aprendendo com o PT.
Também vou falar daqui, Ver. Guilherme Barbosa, que o Governador
Antônio Britto está pegando para si a verba que veio do Projeto Rio Guaíba. Eu
não vejo nada funcionar neste Projeto Rio Guaíba, eu só escuto falar e leio nos
jornais, mas o Antônio Britto deve ter aprendido com o PT. O Projeto de Renda
Mínima Familiar foi aprovado nesta Casa e o PT inventou um sinal verde, que é a
mesma coisa, para implantar. Até quero parabenizar o Governador Antônio Britto,
pois ele aprendeu rápido.
O SR. EDI MORELLI: Nisso eles são
especialistas. É mais uma especialidade do PT, que pagou em dobro os prédios lá
da COHAB, conforme V. Exa. demonstrou. Agora, querem usurpar a renda do DMAE
para injetar mais dinheiro na escandalosa propaganda que fazem na mídia de
Porto Alegre. Talvez esse dinheiro os ajude a fazer uma campanha melhor. Vou
morrer e não vou ver tudo: está inclusive nos jornais que estavam dando
autógrafos para os fãs. Faz parte da campanha política.
O SR. EDI MORELLI: Eu corrijo. Foi quando eu
falei que V. Exa. estava passeando na Espanha.
O Sr. Clovis Ilgenfritz: Eu fui autorizado pela
Casa. Com muita honra fiz a representação e farei o Relatório no momento
oportuno.
O SR. JOÃO DIB
(Requerimento): Sr. Presidente, visivelmente não há quórum. No entanto, faço a
solicitação de verificação de quórum.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, indago V. Exa. quais os Vereadores que faltam ser
chamados e se os oradores anteriores falavam com quórum.
O SR. PRESIDENTE: Faltam ser chamados os
Vereadores Clovis Ilgenfritz, Artur Zanella e Airto Ferronato.